domingo, 14 de julho de 2013

UMA NOVA VISÃO – DESESPERO

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Pelo resto daquela noite não pude enxergar muito bem, não havia nexo algum com o estranho som emitido no celular, mas de alguma forma, não pude ver nada mais que vultos pelo ar. Assim que me levantei algumas pessoas me ajudaram a subir o ônibus com a minha maleta, passo a passo eu consegui me assentar numa poltrona e então pude descansar.

Deitei bem cedo. Não havia forças em mim para continuar o trabalho então me rendi ao sono, no sofá mesmo eu cochilei e comecei a sonhar com coisas que nunca havia sonhado antes. [Havia uma mulher, dentro da minha casa. Ela estava vestindo roupas curtas e o tom vermelho lembrava sangue vivo, fiquei encantado ao ver aquela bela imagem passeando pela minha sala e então me levantei para tocá-la. Notei que as coisas ficaram reais demais para um sonho, uma sensação estranha tocou no fundo a minha alma, senti nojo de estar naquela situação e tentei afastar seu corpo do meu, quando o fiz notei que seu rosto, agora mais nítido escondia uma expressão de ódio e dor. Gritei de susto e ela se tornou um vulto negro e saiu pela janela da minha casa, bem na minha frente. Aquela mulher, com aparência demoníaca esteve realmente comigo e meu corpo a rejeitou como se minha alma fritasse dentro de mim. O telefone tocou quase dez horas da noite, eu estava suado e minhas pernas tremiam como nunca…]


- Alô… Atendi ainda com a garganta seca.
- Boa noite Scott, alguma coisa de anormal esta noite?
- O que você fez comigo? Reconheci a voz no telefone, estava chiando como antes. Responda! Gritei.
- Ouça-me Scott, vista uma roupa, não se impressione com as coisas que agora você vê, me encontre na saída do prédio em que você mora…

A ligação caiu, ou ele desligou. Não entendi muito bem o que aquela voz quis dizer, mas tinha alguma coisa errada por trás disso. Tomei um banho, vesti uma roupa e coloquei minha Bersa 22 por detrás da calça e desci as escadas do prédio. Ao descer as escadas um vulto passou por mim, tropecei ao notá-lo e me equilibrei segurando o corrimão.

Na calçada um homem bem vestido esperava por mim, carregando uma bíblia. Ele me cumprimentou e entregou o exemplar para mim, assim que toquei aquela bíblia senti como se ela estivesse sugando minhas mãos, algo inexplicável aconteceu naquele momento.

- Esta é a palavra de Deus Scott, segure-a firme. Daqui pra frente você precisará dela em todos os momentos da sua vida. Disse o homem sorrindo.
- Quem é você? Como descobriu minha casa e o meu nome? Disse fitando a Bíblia atentamente.
- São muitas perguntas, entendo sua preocupação Scott. Meu nome é Lucas e hoje quero convidá-lo a visitar alguns lugares conosco, mas antes quero te fazer uma pergunta, venha, vamos andando. Ele segurou meu braço e começamos a andar. Ainda não tinha entendido bem como Lucas conseguiu sem trabalho algum me tirar do meu apartamento, me arrastar para rua às dez da noite sem que eu tenha uma reação de defesa. Assim que começamos a andar puxei meu braço e parei por um instante.

Lucas olhou para mim com uma expressão séria. - A arma que você carrega não pode te livrar Scott, o que você teme? Veja, quero lhe mostrar algo.

- Não quero que me mostre nada Lucas, quero apenas entender o que está acontecendo comigo depois que você me ligou, não saio daqui enquanto não tiver uma resposta (busquei minha arma). Não subestime minha vontade, você ainda não me conhece!

Naquele momento veio em nossa direção uma senhora de idade avançada, ela vestia roupas cafonas e seus cabelos passavam da cintura, carregava uma Bíblia abraçada no peito, quando se aproximou olhou firme para mim e disse “Paz do Senhor, querido!”. Senti um tipo de baque dentro de mim, todo meu corpo estava tremulo, minha arma caiu da minha mão ao ver que no rosto daquela senhora havia um brilho. Olhei para Lucas e comecei a andar lentamente em sua direção, ao ver que estava desnorteado com a quantidade de informação ele tocou em meu ombro e me guiou pela calçada até o local que queria me levar.

Chegamos a um templo onde, não pude ver o nome dele, pois ainda estava meio zonzo. Sentamos no último banco e começamos a assistir ao culto que já estava acabando. O pastor da igreja falava com muita emoção sobre algumas revelações que ele havia tido no decorrer do culto, todo aquele clima chamou muito minha atenção e eu por um pouco de tempo não fiquei emocionado, Lucas tocou meu ombro e começou a falar comigo sobre o que estava acontecendo naquele momento.
- Veja Scott, ele está recebendo mensagens do mundo espiritual, por isso ficou tão emocionado ao falar no microfone para todas estas pessoas. Quando trabalhamos com esta realidade não podemos segurar tais sentimentos, nosso corpo carnal não suporta tanto poder, mas há uma coisa errada por aqui, quero que você olhe atento para o altar e me diga.
- Não estou entendo o que você disse, tudo que posso ver é o pastor falando, ainda a pouco pude sentir algo estranho neste lugar, mas agora parece ter passado. Disse olhando fixo no altar.
- Não Scott, o que você sentiu ainda não passou, o que acontece é que o seu corpo se acomodou rápido demais ao que estava acontecendo e você parou de observar, isso acontece todos os dias com estas pessoas. Elas têm a sensação de estarem envolvidas em algo estranho, mas com o tempo elas esquecem e continuam, olhe novamente.

Quando olhei novamente, meu corpo estremeceu com o que vi. Havia um trono por trás do pastor, era algo semelhante aos que vemos em filmes épicos, mas ao invés de um rei assentado havia algum tipo de anjo alto e forte segurando um enorme livro, pude ler a capa escrita em prata reluzente as seguintes palavras “MAGNUS LIBER MORTIS”, e toda vez que o pastor falava que tinha uma visão era porque um dos seres que circulavam o trono descia e contava a ele, aquilo não podia ser Deus, pelo pouco que conhecia sobre o assunto ficou claro que aquela igreja era dominada por demônios, e aquelas pessoas não podiam ver, quando tirei estas conclusões me levantei como num salto e comecei a falar, mas algumas pessoas me retiveram e eu não pude continuar. Minhas mãos suavam e eu tremia. Não conseguia acreditar em tudo que estava acontecendo naquele lugar.

- Acalme-se Scott, você não pode tocar estas pessoas agora. Disse Lucas me repreendendo. Vamos para fora. Chamou.


Saímos do templo e Lucas sugeriu um lugar mais calmo para que conversássemos, passamos algumas quadras e subimos em um morro um pouco mais tranquilo, de lá podíamos ver o movimento de quase toda cidade, sentamos em um banco e comecei a fazer tantas perguntas quanto podia, mas Lucas ignorou todas elas e começou a falar comigo. Continua...

aos que gostaram do texto peço paciência, por ser um texto pesado para ser escrito muitas vezes parei, mas já sei que não posso de maneira nenhuma deixar de mostrar esta realidade, mesmo que seja perseguido por te mostrar ela, muitas vezes não consigo continuar por conter um assunto muito complicado e até perturbante. Em nome de Jesus iremos te-la completa
Devair da Silva Eduardo 

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